Cultura & Arte

Museu Kätte Kollwitz celebra 30 anos em Berlim

Foto: Instagram do Destino: Berlim
“Mãe com filho morto”, (1937-39) (Foto: Instagram do Destino: Berlim)

Na Unter den Linden, em Berlim, um memorial de estilo neoclássico de 1818, obra do magistral arquiteto prussiano Karl Friedrich Schinkel, chama a atenção por um fato bastante curioso: o transeunte, ao adentrá-lo, perceberá que ele contém, em seu centro, nada mais que uma escultura concebida em bronze. O memorial chama-se Nova Guarda, a escultura, cujo título é “Mãe com filho morto”, é obra de Kätte Kollwitz. Trata-se, na verdade, da famosa “Pietà de Berlim”, escultura-símbolo daquilo que, há 23 anos, tornou-se um memorial a vítimas de guerra e violência.

Kätte Kollwitz (1867-1945), originária de Königsberg (atual Kaliningrado), viveu mais de 50 anos de sua vida em Berlim. Por aqui, concebeu boa parte de sua obra considerada atemporal e das mais importantes da produção artística alemã durante o Modernismo. Seu arsenal iconográfico constituiu-se a partir de uma grande tensão entre o sofrimento humano, a pobreza, a morte, a fome e a guerra, por um lado, e a força exprimida pela vida, a confiança e a audácia, por outro. São sensações e sentimentos profundos sem que a política esteja ausente de seu discurso imagético.

Artista foi membro da Academia Alemã de Artes

"Dois Mortos" (1919) (Fonte: B4B Rheinland)
“Dois Mortos” (1919), xilogravura (Fonte: B4B Rheinland)

Ela esteve por Florença, conheceu gente de peso como Rodin, em Paris. Inspirou-se pelos ares da nascente Revolução Russa em Moscou. Tornou-se membro da Academia Alemã de Artes para, em 1933, com a tomada de poder por Adolf Hitler, ser destituída de sua cadeira de diretora do Mestrado em Artes Gráficas da mesma academia. Kätte ocupou-se com diversas técnicas de produção: calcografia, gravuras, esculturas em madeira e bronze, litografia, xilogravura, etc.

2016 é o trigésimo aniversário do Museu Kätte Kollwitz e obras da artista, vindas de Colônia, complementam e enriquecem a já ótima mostra permanente do museu. São gravuras dos anos 1910 e 1911, período em que Kollwitz se dedica aos temas da “despedida” e da “morte”.

Para quem se interessa pelo trabalho de Kätte Kollwitz, ou mesmo para quem quer experimentar, através do olhar, a intensidade com a qual a artista expressa os temas já mencionados – e eu garanto que ela realmente alcança esse objetivo – não deixe de ao menos visitar a Nova Guarda, na Unter den Linden. Para os que querem ir mais a fundo no trabalho desta grande artista alemã, só posso recomendar uma visita ao Museu Kätte Kollwitz, que fica aberto diariamente entre 11 da manhã e 6 da tarde. A entrada custa 7 euros e o museu fica na Fasanenstrasse, 24, em Charlottenburg.

Boa visita!

Nova Guarda, na Unter den Linden

Museu Kätte Kollwitz, em Charlottenburg

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