Ele nasceu em 1657 na cosmopolita Königsberg (cidade dos filósofos Immanuel Kant e Hannah Arendt). Casou-se pela primeira vez em 1679 com a condessa Elisabeth Henriette von Hessen-Kassel. Devido à sua morte, uma nova pretendente, Sophie Charlotte von Hannover, chega em 1684 à casa a qual ele pertencia, a dos Hohenzollern. Com a trágica morte da primeira rainha da Prússia, um terceiro casamento: dessa vez com a duquesa de Mecklenburg-Schwerin, Sophie Luise.
O homem que está por trás dessas três mulheres foi o primeiro rei da Prússia. Seu nome: Frederico I. Mas antes de se tornar rei, foi por destino coroado Frederico III, Príncipe Eleitor do Margraviado Brandemburgo-Prússia. Destino porque era seu irmão Karl Emil, o primogênito do grande Frederico Guilherme, que deveria suceder seu pai em 1688, mas que morreu prematuramente.
A grande importância que se deve dar a Frederico I da Prússia é justamente sua empreitada em elevar o status da Prússia de um mero margraviado a um reino que, nas mãos de seu neto, tornou-se no século XVIII um dos mais poderosos da Europa. Foram suas investidas diplomáticas na Casa dos Habsburgo que permitiram tal façanha. Através de um acordo com o imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Frederico III (seu nome antes de ser rei) apoiava incondicional e militarmente a defesa dos interesses do império na sucessão do trono espanhol. Em troca disso, o imperador concedia a Frederico o título de rei na Prússia (importante: não rei da Prússia).
A Prússia existiu entre 1701 e 1947
No dia 18 de janeiro de 1701, Frederico III coroa-se rei no Palácio de Königsberg e passa a se chamar Frederico I da Prússia. Claro que toda a pompa de estar à frente de um reino custa muito mais do que a de um margraviado. Afinal, um palácio real deveria ser construído para abrigar toda a corte. É em Berlim, escolhida como a capital do reino e, por conseguinte, a principal cidade-residência dos Hohenzollern, que ele será construído no ano de 1713. Sem contar a residência de verão, hábito francês que sua esposa Sophie Charlotte fez questão de importar para o recém-criado reino. Resultado: a Prússia como reino inicia sua história econômica no vermelho. Será o filho de Frederico I que, como uma Angela Merkel antes de seu tempo, recuperará as finanças do país.
A Frederico I deve-se ainda atribuir a criação da Ordem da Águia Negra, símbolo que está no Brasão das Armas prussiano e que acompanhou a dinastia dos Hohenzollern até a abdicação de Guilherme II, em 1918. Frederico I morreu em 1713 e viu, portanto, nascer Frederico II, seu neto. Está enterrado na Catedral de Berlim com a mulher que esteve ao seu lado em Königsberg em 1701: Sophie Charlotte von Hannover.
