História

O Destino: Berlim conta a história de três grandes mulheres alemãs

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Rosa Luxemburg na Internacional Socialista, em 1907 (Fonte: Famous Philosophers)

O filósofo Stuart Mill (1806-1873) escreveu em certa ocasião: “o casamento é a única forma legal da escravidão”. É claro que sua frase tinha muito mais efeito de provocação do que indiscutível constatação. De qualquer maneira, essa forma de “escravidão” valia para muitas mulheres que viveram em séculos passados, já que seus casamentos eram muito mais arranjos de interesses (políticos de Estado, por exemplo) entre famílias do que algo por “amor”. Esta perda de identidade e de autodeterminação valiam tanto para mulheres “comuns” como para mulheres “ilustres”. As mulheres ilustres que nos interessam aqui viveram na Prússia nos séculos 18, 19 e 20. Duas delas foram rainhas. Uma, revolucionária e pacifista.

É importante dizer que a Prússia, que existiu entre 1701 e 1947, foi o mais expansionista dos Estados que formavam o antigo Sacro Império Romano-Germânico (o Primeiro Reich), o Império Alemão (o Segundo Reich) e também o que inspirou, segundo Winston Churchill, as atividades criminosas do nacional-socialismo em seu Terceiro Reich. A Prússia era, portanto, um Estado extremamente militarista, um reino adequado para homens, quase uma Esparta moderna. A chance de existir alguma mulher forte como Maria Teresa da Áustria ou Maria Antonieta era quase ínfima.

O escultor da Quadriga do Portão de Brandemburgo, Johann Gottfried Schadow, representou a princesa Luise antes de se tornar rainha (Fonte: Wikipedia)
O escultor da Quadriga do Portão de Brandemburgo, Johann Gottfried Schadow, representou a princesa Luise antes de se tornar rainha (Fonte: Wikipedia)

Apesar disso, sabemos que a História é o resultado das transformações que homens e mulheres fazem da realidade que os cerca. Transformações podem muito bem apresentar-se como contestação, “rebeldia”, desobediência a protocolos ou excentricidades. Não sei como vou classificar a pequena biografia de cada uma das rainhas e desta revolucionária sobre as quais vou escrever nos próximos posts. Apenas quero reforçar que o aspecto que as faz ser distintas aqui não tem nada a ver com o fato de que foram rainhas. Afinal, ser a mulher casada com o rei da Prússia era, como já disse no início, quase que ser escrava. O que as fez ilustres foi justamente o fato de que elas transcenderam o status de rainhas e afirmaram-se como mulheres. E nada mais. O mesmo vale para a misteriosa revolucionária.

Pois bem, os próximos posts em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres serão sobre Sofie Charlotte von Hannover (1668-1705), Luise von Mecklenburg-Strelitz (1776-1810) e Rosa Luxemburg (1871-1919). 

Até o próximo post e feliz dia, mulheres!

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