Dresden é a capital do Estado da Saxônia. A Saxônia já foi um principado independente que se integrou ao projeto de unificação alemã liderado por Otto von Bismarck e o rei Guilherme I da Prússia, que se deu em 1871. O primeiro imperador da Alemanha unificada foi Guilherme I, da casa dos Hohenzollern. Já os nobres que governavam a Saxônia, e que continuaram governando mesmo depois de 1871, chamavam-se Wettiner. Sem dúvida a mais expoente figura da casa dos Wettiner foi o príncipe da Saxônia e rei da Polônia Augusto, o Forte (1670-1733). Há uma lenda que diz que ele, com sua força, conseguia partir ferraduras de cavalo…
Dresden, centro cultural barroco
A despeito de sua força, Augusto, o Forte foi também um grande amante das artes e elevou Dresden a um dos centros culturais europeus de seu tempo. Sem contar que alcançou prosperidade econômica com a proliferação de manufaturas em cidades como Leipzig e a capital Dresden. Em 1709, os saxões descobrem a “fórmula” do ouro branco, da porcelana, na cidade de Meißen. Alguns anos depois, entre 1723 e 1729, Augusto, o Forte, funda o mais antigo museu “especial” do mundo, o Grünes Gewölbe (“Abóboda Verde”), onde passou a exibir a riqueza de seu tesouro.
No entanto, o que mais chama a atenção nesta empreitada de Augusto, o Forte, é justamente sua ousadia em embelezar a cidade de Dresden de acordo com o estilo corrente e dominante de então: o barroco. A Dresden que vemos nos dias de hoje é uma cópia fidedigna deste projeto que teve início nos anos finais do século XVII e cuja inspiração foi, claro, o empreendimento de Luís XIV, da França, o Rei Sol. É justamente isso que faz de Dresden, ao meu modesto ver, a cidade mais bonita da Alemanha.
Minha intenção é, com os artigos vindouros sobre Dresden, falar um pouco de toda empreitada augustiniana, a qual justifica a importância cultural que Dresden teve no passado da Europa e que continua tendo no contexto cultural planetário na atualidade. Falarei do Museu de Porcelana, da Galeria Nacional de Pinturas, já obra do sucessor de Augusto, o Forte, o Príncipe Frederico Augusto II, e do Grünes Gewölbe. Portanto, fique ligado nos próximos posts do Destino: Berlim sobre Dresden.
