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O que são estes tubos coloridos em Berlim?

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A existência de tantos tubos coloridos em Berlim tem a ver com a abundância dos lençóis freáticos da cidade. Onde há construção, é necessário bombear água do subsolo (Fonte: Winninghof.net)

Quem já esteve na capital alemã ficou com a mesma dúvida: mas o que são estes tubos coloridos em Berlim? Pois bem, aqui vai a explicação para os famosos canos aéreos de Berlim.

Há lugares no mundo em que a maior preocupação é a estiagem e sua consequente falta de água para a população. Em Berlim, ao contrário, o problema no momento é a abundância de água… no subsolo. O aumento significativo dos lençóis freáticos da cidade vem trazendo problemas não somente para porões de edifícios quaisquer, mas também para alguns famosos.

O jornal de The Economist afirma que desde a queda do Muro de Berlim, em 1989, os lençóis já aumentaram seu nível em mais de meio metro. A explicação para isso, entre tantas: os antigos moradores de Berlim Oriental passaram a economizar água devido aos preços exorbitantes praticados no “mundo capitalista”. Há que se lembrar que a vida do alemão oriental era completamente subvencionada pelo Estado. Mas os moradores de Berlim Ocidental também economizam. Eles, por sua vez, devido à tomada de uma consciência ecológica. Para se ter uma ideia, a cidade consome apenas dois terços da água à sua disposição.

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Eis como se encontra a Ópera do Estado, cuja restauração terá fim apenas em 2017 (Fonte: Welt.de)

Parece ser algo inacreditável, mas a água do subsolo, que não fica nada longe da superfície, anda trazendo problemas, por exemplo, na altura da moderna Potsdamer Platz. O local, que se encontrava na linha da morte do Muro de Berlim, tornou-se o espaço mais high-tech da cidade. Os prédios por ali têm garagens subterrâneas (não pensem que isto é algo normal por aqui…). Tais garagens tiveram que ser reformadas e agora ficam protegidas por barragens de água! Outra construção famosa, esta na Unter den Linden, a Ópera do Estado, está toda em reforma. Uma das causas: a invasão da água subterrânea no porão do belo edifício neoclássico.

O que preocupa, na verdade, é que a Potsdamer Platz, por exemplo, foi reconstruída há apenas 15 anos e tem, portanto, prédios cujas estruturas estão relativamente preparadas para a invasão da água do subsolo. Porém, há espaços da cidade em que as construções são do final do século 19. Não será fácil lidar com essa dor de cabeça. Afinal, a água de lá debaixo poderá chegar nas ruas e calçadas! Para quem não sabe, Berlim, em eslavo arcaico, significa pântano.

Talvez um futuro próximo reserve à capital alemã uma paisagem que a faz voltar aos seus primórdios, antes do século 13, quando os povos germânicos, sob a figura de Alberto, o Urso, expulsaram os eslavos para longe… Esperamos que não, claro…

Fonte: The Economist

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