Um dos templos da arte contemporânea em Berlim ficam em uma Bahnhof, que em alemão quer dizer “estação de trem”. E o título deste post sugere uma visita a um museu de arte contemporânea em Berlim. Pois bem, não se trata de perda de foco em nosso texto. O fato é que o Hamburger Bahnhof, antes de ter se tornado museu no ano de 1996, realmente era uma estação de trem. Inclusive uma das mais antigas de toda a Alemanha. O prédio, de concepção neoclássica, data de 1847 e hoje integra o conjunto de museus denominado National Galerie.
O mais interessante é que o Hamburger Bahnhof, estação que conectava Berlim a Hamburgo (daí seu nome), já tinha “vocação” para museu. Em 1906, o prédio principal da estação passou a abrigar uma exibição de locomotivas e recebia o nome de Lokomotivenmuseum, que dispensa tradução. Como tudo na cidade de Berlim tem uma história antes e depois da II Guerra (1939-1945) e da queda do muro (1989), o Hamburger Bahnhof ficou por muitos anos desativado.
Foi quando – mais especificamente 1987 – um grande colecionador e mecena alemão, Erich Marx, resolveu oferecer suas obras à cidade de Berlim. O Senat (prefeitura) da cidade decidiu revitalizar o espaço do Hamburger Bahnhof, abrigando as obras de Marx. Como resultado desta decisão, o arquiteto alemão Josef Paul Kleihues (1933-2004) foi designado para conceber o novo espaço da antiga estação de trem. A fachada principal do prédio ainda conserva seu estilo neoclássico. Apesar disso, o que chama muita a atenção de quem o visita pela primeira vez é a instalação de luzes, obra do artista americano Dan Flavin, que cria o encontro do antigo com o novo, com o contemporâneo.
Eu sei que vocês estão curiosos por saber quais artistas têm destaque neste belo museu. Mas só de mencionar a presença do Arquivo de Mídia Joseph Beuys já anima qualquer apaixonado por arte contemporânea. O Hamburger Bahnhof exibe obras de importantes pop-artistas como Andy Warhol e Roy Lichtenstein ou de alemães de peso como Anselm Kiefer ou Hans-Jürgen Syberberg. Além de contar com um belo galpão, onde geralmente são expostas as obras de exibições itinerantes.
Quer uma dica? Eu sugiro a visita do museu pela manhã. Primeiro, fique atento aos horários de funcionamento, claro. Suponhamos que você chegue às 10 da manhã e fique se deleitando com as obras de arte por umas três horas (eu sempre preciso de um break depois de todo esse tempo). A fome vai bater e daí já há uma ótima sugestão de restaurante: o Sarah Wiener. Ele integra todo o complexo em que está situado o Hamburger Bahnhof.
Boa diversão e bom apetite!